segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Quando o Natal chegar ...

Quando o Natal chegar
em alfama , não vou estar,
mas lembrarei , aqueles
que não abraçarei e amei ...

Quando o Natal acontecer
em alfama , não vou dizer
quanto desejava , porque
o tempo nos leva , quem nos amava .

Quando o Natal acabar ,
em alfama , vou voltar ,
subirei escadas , calçadas ,
pararei nos largos e lembrar
a felicidade de uma infância a brincar .

Passarei na fonte do Poeta , logo mais
na do leão , e assim matar a sede , de
todos os que já não estão .

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sr. Fado

Faltam cinco dias ... para que o fado possa saber se dá o salto das tabernas , para o palco do mundo ,120 horas nos separa entre a alegria e a tristeza , que tão bem , o fado exalta , tal como o amor , o ciúme , a saudade.
Independentemente do resultado ,a candidatura teve a virtude de fazer a justiça à canção que chegou a ser maldita ,mas que actualmente é respeitada e admirada , para tal o percurso foi longo , muitas foram as vozes que o cantaram ,muitos os virtuosos que o tocaram , e muitos que o gostam de o escutar .
Para todos em alfama , é feita homenagem , através do Museu do Fado , o acervo de imagens e som existente , permite - nos viajar no tempo e descobrir autênticos tesouros .

sábado, 8 de outubro de 2011

Alfama e o Nobel

Décadas atrás , por alfama , ter se à passeado Tomas Transtromer , poeta sueco laureado com o prémio Nobel da Literatura 2011 .
Não terá ficado indiferente , aquilo que possa ter visto e descoberto , para além do pitoresco do bairro , o poeta deve ter ficado mais amarelo , que os eléctricos que o passearam , quando deu conta  que por trás da fachada do grande edifício estavam encarcerados homens que ousavam ser livres .
Como se terá sentido , quando viu , aquele homem a espreitar o mar pelas grades , privado da liberdade , tal como o rio se sentirá amordaçado pelas margens que o homem lhe impõe .
Aljube , é testemunha ... por mais que seja a repressão , o pensamento dos homens será livre .
Assim , o poeta escreveu :  No bairro de alfama os eléctricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes / Havia lá duas cadeias  . Uma era para ladrões / Acenavam atrás das grades / Gritavam que lhes tirassem o retrato / Mas aqui , disse o condutor e riu á socapa como se cortado ao meio estão políticos . Via a fachada , a fachada , a fachada e lá no cimo um homem á janela / Tinha um óculo e olhava para o mar .

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Alfama é fado

Alfama sempre foi , e continuará a ser fonte de inspiração . Provavelmente terão sido os poetas , os que mais terão sido tocados por uma alfama que está para além dos postais ilustrados , uma alfama que não se vê ,mas que se pode sentir ,assim quando a força das palavras e a beleza da voz , ou o contrario , se conjugam com o trinar da guitarra e o acompanhamento da viola , a prosa ganha asas e voa até onde alguém nos possa ler e escutar . Para quem em Portugal , E.U.A , Alemanha , Reino Unido , Brasil , Ilha de Man , França , Croácia , Austrália e Hungria , nos acompanham , dois fados em forma de abraço .

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Próxima estação ...

Com o fim do verão , o sol que se atrevia a penetrar nas estreitas vielas , vai para outras paragens , deixando alfama de vielas ainda mais frescas e largos vazios , os turistas em menor numero e o comercio menos buliçoso .
Nostalgicamente , algumas ruas fazem perdurar vestígios da noite mais longa da cidade , que já é saudade , que a chuva encarregar se à de apagar essas memórias ornamentais . É o fado das estações , é o fado de um bairro que se reinventa , em cada coração .

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ó freguês

Ó freguês , desta parece de vez , a mudança anunciada parece história acabada , as velhinhas freguesias de tamanha tradição , vão dar lugar a uma nova administração .
Assim , S. Miguel , Sto Estevâo , Socorro , Sé , Santiago , S. Cristovâo e S . Lourenço , Castelo , Sta Justa
, S. Nicolau , Socorro , Sacramento , Madalena  e Mártires , vão ganhar nova designação : Santa  Maria  Maior .
Melhor ou pior , só o tempo dirá ,uma coisa é certa  a proximidade , e o melhor conhecimento sobre os autarcas , vai dar lugar a um distanciamento e até menor identificação dos problemas específicos de zonas tão distintas como as que constituem a futura freguesia, desta mudança , vamos esperar que os fregueses não fiquem com maior azia .

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Volta ao clic

Museu do Fado

Ig. São Miguel

Beco do Carneiro



Ig. Santo Estevâo

Panteão Nacional
Feira da Ladra

28


Sé de Lisboa


Sto António

terça-feira, 12 de julho de 2011

Uma volta , para voltar

Agora que Junho se esfumou , Julho convida a passear nas frescas vielas de alfama ,onde o sol , pede licença para entrar . E há tanto para visitar , a dúvida muitas vezes é por onde começar...porque não , pelo Museu do Fado , onde podemos escutar e recordar  muitas gerações  de fadistas , que nos legaram este tesouro de expressão , candidato a património da humanidade .
Saídos do museu , atravessamos o Largo do Chafariz de Dentro , entramos na rua de S. Pedro ,outrora um mercado , hoje uma sombra do seu esplendor , a meio viramos para o Largo de S. Miguel ,onde nos espera a igreja de S. Miguel , classificada como Imóvel de Interesse Publico ,no seu interior destaca-se a talha dourada , caracteristica do período Barroco .
Seguimos a rua de S. Miguel , até encontrar o Beco do Carneiro , subimos até á igreja de Sto. Estevâo , classificada como Monumento Nacional , destaca-se o rico interior, no seu adro junto ao cruzeiro , pode-se contemplar o Tejo e os telhados sobrepostos do casario .
Podemos continuar ? Então vamos seguir para rua dos Remédios , para antes da rua do Paraíso virarmos á esquerda para subir a calçada do Cascão e assim estamos no Panteão Nacional ,mais difícil do que cá chegar, foi a conclusão das obras deste belo monumento , a igreja só foi concluída 284 anos após o seu inicio , agora já sabe o que significa a expressão popular " obras de Santa Engrácia ".
Aqui repousam personagens ilustres das artes e da politica . Nas proximidades do monumento ás terças e sábados realiza-se famosa feira da Ladra .
Vamos agora na direcção da rua Voz de Operário ,para encontrar a igreja de São Vicente de Fora , conhecida igualmente como Mosteiro de São Vicente de Fora , concluída em 1627 ,destaca-se pelos painéis de azulejos e por um órgão ibérico ,tratando-se de um dos melhores e maiores exemplos da organaria portuguesa do séc. XVIII  . Vamos descansar na imensa escadaria do exterior da igreja ,para continuarmos a volta , de seguida subimos para o eléctrico 28 , até ás Portas do Sol , e desfrutar da vista maravilhosa que nos oferece o miradouro de Santa Luzia , lavada a vista , agora é a descer , já com a rua do Barão à esquerda , podemos testemunhar que a liberdade nem sempre aconteceu e por ela alguém morreu , assim se lembra nas paredes da antiga prisão politica do Aljubre.
Chegámos á Sé de Lisboa , dedicada a Santa Maria Maior , de estilo gótico, chegou aos nossos tempos , renovada ao longo dos séculos , face a inclementes destruições provocadas por terramotos , sendo o ultimo em 1755 . Logo a seguir a popular igreja de Santo António e o Museu Antoniano , o templo é caracterizado por uma mistura de estilos edificado entre 1767 e 1787 , é suposto que no local tenha vivido Santo António , de seu nome Fernando Bulhão , o Santo Popular de Lisboa ,mas não o padroeiro , mas sim São Vicente . Exaustos ? Não...quer isso dizer que havemos de voltar a dar uma volta .

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O silêncio e as sombras

Junho vai passar , a nostalgia vai voltar , ficarão os de sempre , muitas vezes de espírito ausente ,outros com medo de voar . Alfama sempre foi de gente alvoraçada , mas sinto cada vez mais gente cansada ... é sina , tudo se transforma , alfama precisa de gente , precisa de ideias para salvaguardar  todo aquele património popular , que muitos estão usurpar , instalando negócios com musica até ás tantas sempre a "bombar" .
Alfama nunca foi mundana , somente popular , acredito que seja difícil evitar  a perda da sua identidade tão
peculiar , no universo de Lisboa .
É preciso que se evite a industria do barulho á toa que perdura no Bairro Alto , invadiu a 24 de Julho , foi para as Docas e está no Parque das Nações .
Em Alfama , o encanto da noite , é o silêncio e as sombras .

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Noite de Sto. António

Sto. António
Velas a Sto. António

Ig. de Sto António

Sé de Lisboa

Cheira bem...

Quadras populares

Retiro

S. Miguel

Retiro

Beco do Pocinho

Chafariz de Dentro


O colorido

Bailarico
Vivinha da costa

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Alfama é linda

Alfama estava bela , como só ela o sabe ser , abriu os braços para receber quem nela se quis perder, rios de  gente a visitou , e assim alfama se transformou  num oceano de folia e alegria .
Hoje será diferente , é o dia do crente , da fé . Santo António vai percorrer as ruas de alfama levando consigo  S. João , S. Miguel , e Santo Estêvão , para o povo os ver e assim manter a tradição  no nosso coração.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Alfama , capital

A grande noite, a noite mais longa , a noite do exagero, da copofonia, da moedinha, do caldo verde, do trono, do chouriço, do arroz doce, da sangria, da febra, da salada, do tinto, do branco, da cerveja, da marcha, do manjerico, está a chegar que se cuide a sardinha, que a populaça a vai devorar,os assadores vão estar ao rubro, vai haver fumo no ar, o cheiro até nas paredes se vai entranhar.
De estranhar não serão as promessas de amor eterno,que os namorados irão trocar que S. António vai testemunhar. No bailarico  do arraial, musica popular seria o ideal para animar e comemorar uma noite tão especial, a do santo de Lisboa, onde alfama é capital .

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Em alfama procurei

Em Alfama procurei ... o Tejo encontrei


nas estreitas vielas, olhei as janelas e nelas não vi tudo aquilo que senti

subi escadas

desci calçadas

parei nos largos
não houve abraços

Em Alfama procurei ...
perdi a conta aos passos
sem sair, desejei voltar
para vos abraçar.


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um eléctrico chamado desejo

No final dos anos setenta, formámos o grupo que haveria de representar o Adicense durante três épocas , as condições de treino eram...ou melhor não eram ,assim á boa maneira da malta tratámos arranjar forma de o fazer , ambiciosos , decidimos que merecíamos uma coisa a sério , vai daí um dia a escolha do local recaiu , no Estádio Nacional (Cruz Quebrada), mas como chegar lá ? O eléctrico era o meio de transporte mais barato , reunido o plantel , contadas as moedas alguns não tinham dinheiro para ir , muito menos para voltar, mas nada nos demoveu , até porque alguém da malta arquitectou uma solução , que seria no regresso sairmos no Cais do Sodré , fazendo o resto do percurso a pé até alfama, que desta forma as poucas moedas chegariam , assim fomos , treinámos até mais não poder , cansados mas felizes pois tínhamos usufruído de um campo pelado de dimensões oficiais , entrámos no eléctrico de volta já a tarde escondia o sol, pedimos os bilhetes que pensávamos nos permitisse chegar ao Cais do Sodré , eis que ainda alguns de nós não se tinha sentado , fomos "convidados" a sair no Dafundo , os bilhetes não davam para mais , e Alfama ...tão ... tão... longe . Afinal o verdadeiro treino só ali iria começar .

quarta-feira, 27 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alfama, águas mil

Desde sempre que alfama, foi abençoada pela abundância do precioso líquido, os relatos históricos descrevem a importância dos seus chafarizes no abastecimento ás populações,assim desses tempos ainda se  invoca o chafariz de-del -rei e o chafariz de-Dentro.                                                                                     Mas os vestígios, dessa abundância ainda contemplam águas minero-medicinais, que granjearam fama pelas suas propriedades,cujo expoente terá sido a fonte das Ratas, que provocou romarias para sua recolha.        Talvez, por memoria a essas águas, alfama tem alguns monumentos ao melhor liquido do mundo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Resistir

O pequeno comercio em alfama,era um dos atractivos do bairro,exemplo disso era a rua de S.Pedro,era conhecida pelo seu mercado de peixe,eram muitos os lugares de venda de pescado,na rua também se vendia fruta, roupa e outros artigos, mas não se ficava por aqui a actividade comercial, mercearias, lugar de hortaliça,talho,padaria,barbearia e restaurantes existiam numa rua que mais parecia um bazar, tamanha a azáfama...de tudo isto o que mais resta são as recordações, os tempos mudaram,o pequeno comercio deu lugar ao vazio, foram muitas as transformações,por isso resistir, será o lema dos três comerciantes mais antigos da rua,tem sido testemunhas dos acontecimentos,viram muitos a partir ao longo de décadas,são eles que resistem de uma alfama de outrora, é difícil imaginar a rua sem a dona Rosa, o sr. João da mercearia ou o sr.José do Barracão. Entretanto outros tem chegado e contribuindo para manter a rua viva...a chama acesa.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Alfama encanta

   rua de S. Pedro
casario                

aguarela de roupa

varanda florida

trono a Santo Antonio

               tasca antiga

quinta-feira, 10 de março de 2011

1001 maneiras

Alfama,tal qual o bacalhau,pode-se gostar de 1001 maneiras.Uns enamoram-se pelo labirinto das ruas,outros pelo casario,outros haverá pelas janelas com os seus estendais coloridos de roupa a secar,outros pelas varandas floridas,ainda outros pela história que o bairro transpira,muitos pelo fado,outros pelas festas populares...motivos não faltam,assim aceite a sugestão visite alfama,ponha os pés ao caminho,percorra o bairro,haverá sempre motivo de se encantar e quando o cansaço acontecer,entre numa taberna,sente-se e peça um pastelinho de bacalhau,tal qual alfama,pode-se saborear de 1001 maneiras.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amigo,leão

Em alfama tive um amigo leão,claro está não de carne e osso,nem de juba farta,o meu amigo leão era e é de pedra,ainda hoje existe,firme e resistente perdura no seu cantinho,era ele que nos refrescava depois das jogatanas que fazíamos no largo das ratas,quantas vezes a pausa no jogo se impunha para refrescar,toca a correr e galgar as escadas do beco das Barrelas,para matar a sede no nosso amigo,no largo de S.Rafael,a sede não esperava logo havia pretexto para se furar a ordem de chegada,ás tantas antes de saciarmos a sede,já  encontrava mo-nos todos molhados.Durante muitos e bons anos,o leão foi procurado pela malta para se refrescar,um destes dias impelido pelas recordações fui àquele cantinho de alfama,lá estava ele,não resisti,passei-lhe a mão pela juba e refresquei-me e continuei pela judiaria,aí a bonita fonte do poeta,não deitava gota,mas é um cantinho que fica no goto.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Profissões & Pregões

De alfama de outras eras,recordo algumas profissões e pregões,quantas vezes o silêncio das salas de aulas da escola primária foi cortado pelo homem que apregoava bem alto "meias e cuecas para senhora", ou a mulher que apregoava "quem quer fava rica",ou o funileiro que anunciava a sua passagem nas vielas gritando "funileiro e ferro velho",mas aguarela não fica completa sem lembrar,as rainhas dos pregões,as varinas. Faziam ecoar a virtude do seu peixe,competiam entre si para cativar a clientela,"o meu peixe é lindo","a minha sardinha é prata",ou já no final da venda "quem-me acaba o resto",enquanto isto o amolador tocava a sua flauta anunciando a sua passagem sendo requisitado pelas varinas para afiar as facas e tesouras,não descurando o arranjo no chapéu de chuva se a época fosse de tal,o amolador fazia passar os instrumentos de corte na roda de pedra movida pela sua perna,fazendo soltar fagulhas que eram fascínio para os miúdos,as mulheres que vendiam fruta mais pareciam vender mel pois assim diziam ser a sua fruta,à tardinha o ardina servia as frescas gritando "Capital ou Popular".

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Escada misteriosa

Quando se é miúdo,tudo é extraordinario e naquele tempo alfama,tinha muitos mistérios,muitas lendas,como por exemplo a existência de um túnel que ligava o pateo da rainha ao castelo de S.Jorge,ou os alçapões que tapam a água-das-ratas,que ainda continua a brotar e que foi motivo de autênticas romarias para a sua recolha nos anos sessenta porque granjeou fama terapêutica,ou simplesmente a "escada misteriosa",que não é mais mais do que a originalidade de um prédio existente em alfama ter dois acessos com ligação entre si,isto para a malta era algo de fabuloso e um excelente ponto de fuga quando se jogava á "apanhada", o que lhe valeu o epíteto de "escada misteriosa",se para nós não passou de um local de aventura ,para outros anos mais tarde iria revelar-se uma fonte de rendimentos,uma autêntica mina,aproveitando a ligação que as escadas permitiam entre o exterior do bairro com o interior do mesmo,muita gente foi levada na cantiga do bandido caindo no conto do vigário,esperando em vão pelo "artista" que prometia voltar já,mas que escapava para o interior do bairro,para desaparecer nas vielas do bairro.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Marocas

Alfama,será sempre para mim um local de afectos,dificilmente alguém se desliga do local onde possa ter sido feliz,por mais que nos possamos afastar fisicamente,o coração guardará para sempre um cantinho para os anos bem passados em alfama. Desta vez não escrevo sobre a minha rua,ou sobre a malta,quero lembrar o meu amigo de quatro patas que durante alguns anos tive a sorte de ele me ter escolhido como seu protector. Apareceu-me já um gatão adulto,mas carente de um lar,durante anos admiração foi reciproca,recordo o seu porte invejável,o seu focinho redondo e gordo que lhe valeu o nome de Marocas,os seus pedidos de passeio as suas escaldantes sonecas ao sol,e claro as muitas festas que adorava.Um dia ensinou-me que não era apenas um gato,mas que fazia parte da família,preparavamo-nos para sair de férias e por motivos de segurança fi-lo entrar no saco de transporte apropriado,o protesto foi de tal modo,que passadas umas centenas de metros tive que parar o automóvel,para o libertar deixando que fizesse a viagem no banco,livre e feliz,não voltou a miar nas muitas mais centenas de quilómetros percorridos. Mais viagens voltámos a fazer,escusado será dizer que o saco não voltou a ser utilizado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabens Adicense

26 de Janeiro de 1926 /26 de Janeiro de 2011.Entre estas datas decorreram 95 anos,quantos os de vida do Grupo Sportivo Adicense,noventa cinco anos de esforço e dedicação,gerações de associativismo,valor que  vai rareando,mas que resiste no bairro de alfama. A colectividade será aquilo que as pessoas possam sonhar o que ainda não é proibido,no entanto alfama está despovoada vai faltando a azáfama,o pulsar,porque as  ideias existem certamente e não se esgotaram. Há 95 anos alguém pensou e resultou,outros abraçaram a ideia e muitos mais a continuaram,aos nossos dias chegaram,a outros se pede que não deixem de sonhar e que elevem a vontade de continuar com desporto,cultura e recreio,continuem alfama animar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Brilhozinho nos olhos

É sempre com enorme prazer que voltamos ao bairro,desta vez a visita tinha motivo redobrado,fomos convidados pelo Dádá para jogar um amigável com,e não contra (saliento),o Sport Lisboa Saudade,jogo no âmbito das actividades de comemoração dos 95 anos da fundação do Adicense.                                           Á chamada corresponderam com brilhozinho nos olhos alguns da malta,que assim se divertiram,entre velhos amigos,dentro das quatro linhas foi evidente o dominio dos encarnados,mas após o jogo foi a rapaziada a mostrar todo o esplendor na relva,perdão,queria dizer á mesa, é que após a jogatana esperava ás duas equipas um excelente cozido à portuguesa,servido nas modernas instalações da sub-sede do Adicense na rua de S.Pedro´quem viu e conheceu aquele antigo espaço e agora teve a oportunidade de o revêr fica maravilhado,parabéns,porque ali há obra.                                                                                                    Voltando à mesa a malta atacou pelos flancos o cozido,mantendo uma pressão alta sobre as muitas travessas que chegavam à mesa,culminando no tradicional arrôz-doce.Passado o almoço trocou-se algumas palavras na voz de uma antiga glória encarnada sr.Artur Santos,a delegação benfiquista deixou palavras de amizade e de agradecimento pela jornada de convívio,assim da mesma forma o nosso antigo capitão expressou agradecimentos aos convidados,aos antigos atletas e ao Adicense por ter possibilitado o reencontro de velhos amigos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Zé mata-gatos

Alfama,teve nos anos 70,80,e 90,uma figura emblemática,quem por lá viveu ou trabalhou,certamente que    guarda a lembrança do Zé.Josés há muitos,mas o nosso era Zé,mas não simplesmente Zé,herdou do pai uma alcunha,e era essa maldita alcunha que sempre negou carregar.Tinha como se dizia um «atraso»,os mais velhos diziam «mais atrasado, são aqueles que se metem com ele».Era afável e discreto,mas bastava que alguém o chamasse de Zé mata-gatos,e aí o caldo entornava-se,o Zé transformava-se num perigoso atirador de pedras,que carregava nos bolsos das calças ou do casaco,e que seguiam geralmente direcção errada,       assim logo que nas vielas escutava-se a provocação,havia que procurar lugar seguro,onde geralmente o provocador já se encontrava,as pedras eram projectadas sem rumo acabando por provocar pânico naqueles que não lhe conheciam os acessos de fúria,imagine-se a rua de S.Pedro há trinta anos atrás,um pleno mercado,cheia de gente e de repente soava a provocação,era cada um a cuidar de si,não foram poucos os turistas surpreendidos,é que os ataques de fúria do Zé não constavam dos roteiros turísticos.                       Adoptado pelas varinas,que facilmente o tiravam do sério e das quais se queixava pelas poucas moedas que lhe davam em troca de recados,o Zé não tinha vida fácil,não bastava a alcunha que tinha herdado,como ganhava outras,teve mais heterónimos que Pessoa,logo que alguma personagem das telenovelas brasileiras se evidenciasse,logo o Zé era «baptizado»,assim foi: Nacib,Zeca Diabo,Zé das Medalhas,Cácá,Sinhozinho  Malta,Roque Santeiro,entre outros.Para quem queria ser simplesmente Zé, muita pedra atirou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pau-de-sebo

Se há acontecimentos,que eu guardo nas lembranças foi a realização do tradicional pau-de-sebo,na doca  Jardim Tabaco,nunca mais aquela doca teve tamanha animação,assistência incentivava e aplaudia os bravos heróis que procuravam alcançar o merecido prémio colocado na extremidade do mastro apontado á proa da maravilhosa embarcação construída em madeira e decorada com pinturas á mão,para gáudio da multidão os bravos vencidos pelo cansaço abriam os braços e mergulhavam no rio,para voltar em pior condição.             Anos mais tarde,haveria a doca voltar à berlinda mas por motivo trágico à sua entrada num domingo de nevoeiro,o navio porta-contentores Tollan naufragou.                                                                                    No presente a doca aguarda melhores dias,está projectado para o local o terminal de cruzeiros,entretanto vai agonizando entre um estaleiro e um parque de estacionamento,as pessoas... essas estão afastadas do rio em nome do progresso que continuará...dentro de momentos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Carapinhas

Há dias,na IC2 estava á beira de um ataque de nervos,motivado por um engarrafamento XXL,depois de muito pára,arranca,olho para o condutor da via do lado,e eis que era um da malta de alfama,o Carlos M.,o nome pouco ou nada dirá,mas se disser o Pireu,o nosso pugilista,aí trata-se de marca registada.                  O sorriso mantém-se da mesma forma,agora o proeminente exemplar capilar esse já era... contrariando aquele famoso anuncio do restaurador Olex que dizia «que branco com carapinha,não era normal»,lembro de igual modo o Rui C.,Maço,Zé Pedro,Carlos F.,Edgar,Tó,Pedro Z.e Manel T.,grandes carapinhas.       Estar no meio do trânsito com um ex-carapinha,lembra-me que uma das metas da malta consoante iamos fazendo dezoito anos,era ter carta de condução e neste particular lembro dois condutores mais atrevidos o Luis,quem é que não sofreu na curva da Sé de lisboa, a bordo do Simca,quem não se lembra do carocha? O outro ás do volante,o Tó,quem é que não foi copiloto a bordo do Austin-Morris,peões era a sua paixão. Ficaram desses anos,alguns episódios que não esquecemos como por exemplo só ser aconselhavel andar no carro do Tininho no verão,porque de inverno só de galochas,mais parecia o carro dos flinstones,podia não ter chapa,mas tinha motor até ao fim do mundo,valente Ford-Taunus,ou ainda a viagem do Toninho á Serra da Estrela,já na descida da serra quem o acompanhava  alertou que estavam a ser ultrapassados por um pneu desgovernado,que uns metros mais á frente constataram ser do eixo traseiro do seu próprio Mini.