sábado, 29 de janeiro de 2011

Marocas

Alfama,será sempre para mim um local de afectos,dificilmente alguém se desliga do local onde possa ter sido feliz,por mais que nos possamos afastar fisicamente,o coração guardará para sempre um cantinho para os anos bem passados em alfama. Desta vez não escrevo sobre a minha rua,ou sobre a malta,quero lembrar o meu amigo de quatro patas que durante alguns anos tive a sorte de ele me ter escolhido como seu protector. Apareceu-me já um gatão adulto,mas carente de um lar,durante anos admiração foi reciproca,recordo o seu porte invejável,o seu focinho redondo e gordo que lhe valeu o nome de Marocas,os seus pedidos de passeio as suas escaldantes sonecas ao sol,e claro as muitas festas que adorava.Um dia ensinou-me que não era apenas um gato,mas que fazia parte da família,preparavamo-nos para sair de férias e por motivos de segurança fi-lo entrar no saco de transporte apropriado,o protesto foi de tal modo,que passadas umas centenas de metros tive que parar o automóvel,para o libertar deixando que fizesse a viagem no banco,livre e feliz,não voltou a miar nas muitas mais centenas de quilómetros percorridos. Mais viagens voltámos a fazer,escusado será dizer que o saco não voltou a ser utilizado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parabens Adicense

26 de Janeiro de 1926 /26 de Janeiro de 2011.Entre estas datas decorreram 95 anos,quantos os de vida do Grupo Sportivo Adicense,noventa cinco anos de esforço e dedicação,gerações de associativismo,valor que  vai rareando,mas que resiste no bairro de alfama. A colectividade será aquilo que as pessoas possam sonhar o que ainda não é proibido,no entanto alfama está despovoada vai faltando a azáfama,o pulsar,porque as  ideias existem certamente e não se esgotaram. Há 95 anos alguém pensou e resultou,outros abraçaram a ideia e muitos mais a continuaram,aos nossos dias chegaram,a outros se pede que não deixem de sonhar e que elevem a vontade de continuar com desporto,cultura e recreio,continuem alfama animar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Brilhozinho nos olhos

É sempre com enorme prazer que voltamos ao bairro,desta vez a visita tinha motivo redobrado,fomos convidados pelo Dádá para jogar um amigável com,e não contra (saliento),o Sport Lisboa Saudade,jogo no âmbito das actividades de comemoração dos 95 anos da fundação do Adicense.                                           Á chamada corresponderam com brilhozinho nos olhos alguns da malta,que assim se divertiram,entre velhos amigos,dentro das quatro linhas foi evidente o dominio dos encarnados,mas após o jogo foi a rapaziada a mostrar todo o esplendor na relva,perdão,queria dizer á mesa, é que após a jogatana esperava ás duas equipas um excelente cozido à portuguesa,servido nas modernas instalações da sub-sede do Adicense na rua de S.Pedro´quem viu e conheceu aquele antigo espaço e agora teve a oportunidade de o revêr fica maravilhado,parabéns,porque ali há obra.                                                                                                    Voltando à mesa a malta atacou pelos flancos o cozido,mantendo uma pressão alta sobre as muitas travessas que chegavam à mesa,culminando no tradicional arrôz-doce.Passado o almoço trocou-se algumas palavras na voz de uma antiga glória encarnada sr.Artur Santos,a delegação benfiquista deixou palavras de amizade e de agradecimento pela jornada de convívio,assim da mesma forma o nosso antigo capitão expressou agradecimentos aos convidados,aos antigos atletas e ao Adicense por ter possibilitado o reencontro de velhos amigos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Zé mata-gatos

Alfama,teve nos anos 70,80,e 90,uma figura emblemática,quem por lá viveu ou trabalhou,certamente que    guarda a lembrança do Zé.Josés há muitos,mas o nosso era Zé,mas não simplesmente Zé,herdou do pai uma alcunha,e era essa maldita alcunha que sempre negou carregar.Tinha como se dizia um «atraso»,os mais velhos diziam «mais atrasado, são aqueles que se metem com ele».Era afável e discreto,mas bastava que alguém o chamasse de Zé mata-gatos,e aí o caldo entornava-se,o Zé transformava-se num perigoso atirador de pedras,que carregava nos bolsos das calças ou do casaco,e que seguiam geralmente direcção errada,       assim logo que nas vielas escutava-se a provocação,havia que procurar lugar seguro,onde geralmente o provocador já se encontrava,as pedras eram projectadas sem rumo acabando por provocar pânico naqueles que não lhe conheciam os acessos de fúria,imagine-se a rua de S.Pedro há trinta anos atrás,um pleno mercado,cheia de gente e de repente soava a provocação,era cada um a cuidar de si,não foram poucos os turistas surpreendidos,é que os ataques de fúria do Zé não constavam dos roteiros turísticos.                       Adoptado pelas varinas,que facilmente o tiravam do sério e das quais se queixava pelas poucas moedas que lhe davam em troca de recados,o Zé não tinha vida fácil,não bastava a alcunha que tinha herdado,como ganhava outras,teve mais heterónimos que Pessoa,logo que alguma personagem das telenovelas brasileiras se evidenciasse,logo o Zé era «baptizado»,assim foi: Nacib,Zeca Diabo,Zé das Medalhas,Cácá,Sinhozinho  Malta,Roque Santeiro,entre outros.Para quem queria ser simplesmente Zé, muita pedra atirou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pau-de-sebo

Se há acontecimentos,que eu guardo nas lembranças foi a realização do tradicional pau-de-sebo,na doca  Jardim Tabaco,nunca mais aquela doca teve tamanha animação,assistência incentivava e aplaudia os bravos heróis que procuravam alcançar o merecido prémio colocado na extremidade do mastro apontado á proa da maravilhosa embarcação construída em madeira e decorada com pinturas á mão,para gáudio da multidão os bravos vencidos pelo cansaço abriam os braços e mergulhavam no rio,para voltar em pior condição.             Anos mais tarde,haveria a doca voltar à berlinda mas por motivo trágico à sua entrada num domingo de nevoeiro,o navio porta-contentores Tollan naufragou.                                                                                    No presente a doca aguarda melhores dias,está projectado para o local o terminal de cruzeiros,entretanto vai agonizando entre um estaleiro e um parque de estacionamento,as pessoas... essas estão afastadas do rio em nome do progresso que continuará...dentro de momentos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Carapinhas

Há dias,na IC2 estava á beira de um ataque de nervos,motivado por um engarrafamento XXL,depois de muito pára,arranca,olho para o condutor da via do lado,e eis que era um da malta de alfama,o Carlos M.,o nome pouco ou nada dirá,mas se disser o Pireu,o nosso pugilista,aí trata-se de marca registada.                  O sorriso mantém-se da mesma forma,agora o proeminente exemplar capilar esse já era... contrariando aquele famoso anuncio do restaurador Olex que dizia «que branco com carapinha,não era normal»,lembro de igual modo o Rui C.,Maço,Zé Pedro,Carlos F.,Edgar,Tó,Pedro Z.e Manel T.,grandes carapinhas.       Estar no meio do trânsito com um ex-carapinha,lembra-me que uma das metas da malta consoante iamos fazendo dezoito anos,era ter carta de condução e neste particular lembro dois condutores mais atrevidos o Luis,quem é que não sofreu na curva da Sé de lisboa, a bordo do Simca,quem não se lembra do carocha? O outro ás do volante,o Tó,quem é que não foi copiloto a bordo do Austin-Morris,peões era a sua paixão. Ficaram desses anos,alguns episódios que não esquecemos como por exemplo só ser aconselhavel andar no carro do Tininho no verão,porque de inverno só de galochas,mais parecia o carro dos flinstones,podia não ter chapa,mas tinha motor até ao fim do mundo,valente Ford-Taunus,ou ainda a viagem do Toninho á Serra da Estrela,já na descida da serra quem o acompanhava  alertou que estavam a ser ultrapassados por um pneu desgovernado,que uns metros mais á frente constataram ser do eixo traseiro do seu próprio Mini.